LIÇÕES COM CEREJAS
Este projecto nasceu de um almoço na esplanada no Tágide e de um convite de Suzana Barros para organizar mostras de trabalhos de alunos da Faculdade de Belas Artes no espaço do seu restaurante.
A ideia pareceu-me muito aliciante, porque permitia estender as minhas funções, seguindo a tradição das reuniões artísticas nos cafés históricos como a Cervejaria do Leão, a Brasileira ou o Martinho da Arcada.
Poderia por em prática algumas ideias de autores que subscrevo, tal como: Fernando Pessoa que nos sugere “Ser plural como o universo”, Agostinho da Silva nas suas “ Conversas vadias” onde afirma que “…o homem não nasce para trabalhar, o homem nasce para criar, para ser um poeta à solta e dar a sua mensagem particular no mundo”, ou Joseph Beuys que defende o princípio de “cada homem, um artista.”.
Esta colaboração permite liberdade para apresentar as “experiências plásticas e criativas” dos alunos de pintura, desenho ou escultura, sem a prisão das regras e das tendências do mercado da arte, criando discursos e elaborando narrativas visuais alternativas e próximas das propostas dos autores.
Numa visita aos GAba de 2024, fez-se uma escolha prévia de trabalhos de cerca de 20 alunos. Dessa lista selecionaram-se, para a 1ª mostra, obras de quatro estudantes, em dois grupos. No primeiro surge a ideia de utopia, num regresso à natureza ou numa superação de conflitos entre margens. No segundo o estudo do corpo num retorno à representação de temas clássicos e académicos, ou nos grafismos do corpo tribal e ancestral das tatuagens contemporâneas.
Carlota Raposo
João Rosa
Franco palma
Já à mesa, convido-vos a saborear umas deliciosas cerejas.
Cristina Branco